quinta-feira, 31 de março de 2011

Indicação de Brinquedos por idade

0 a 5 meses
Chocalhos, brinquedos musicais, mordedores, brinquedos de berço, móbiles, livrinhos de pano ou plástico, bolas com texturas diferentes para serem agarradas com as duas mãos.

6 meses a 1 ano
Brinquedos flutuantes (patinhos de borracha que bóiam na água), cubos que tenham guizos embutidos ou ilustrações, caixas ou brinquedos que se encaixam uns dentro dos outros, argolas empilháveis, brinquedos para martelar, empilhar e desmontar, brinquedos eletrônicos de aprendizado, mesa pequena com cadeirinhas na altura em que a criança possa alcançar os pés corretamente no chão, telefone de brinquedo, espelhos, brinquedos que emitem sons por meio de botões de apertar, girar ou empurrar.

1 a 2 anos
Brinquedos de variadas texturas (estimulam os sentidos da visão, da audição e do tato), bonecas de tecido e bichos de pelúcia feitos de materiais atóxicos, livros e álbuns de fotografia com ilustrações dos familiares e objetos conhecidos, brinquedos de empurrar ou puxar, brinquedos de montar e desmontar. Os brinquedos devem ter cores vivas e não podem ser tóxicos.

2 a 3 anos
Bolas, muitos blocos de brinquedos para empilhá-los e colocá-los dentro de caixas, brinquedos de encaixar e desmontar, brinquedos musicais, carrinhos, bonecas, cavalinho de balanço, brinquedos para praia ou piscina, brinquedos de equilibrar um em cima do outro. Nesta idade deve-se ensinar a criança a organizar e recolher os brinquedos.


 3 a 4 anos
Triciclo, carrinho grande de puxar, aviões, trenzinhos, brinquedos infláveis, bolhas de sabão, caixas de areia com pás e cubos, cabaninhas, casas de bonecas, ferramentas de brinquedos, massinha de modelar, objetos domésticos, fantasias, máscaras, fantoches, instrumentos musicais de brinquedo como pandeiros, pianinhos, trombetas e tambores, brinquedos de montar e desmontar mais complicados, blocos de formas e tamanhos variados, jogos e quebra-cabeças simples, lápis de cor e papel para desenhar (círculos, bonecos, enumerar os elementos de uma ilustração, colorir), livros com diferentes ilustrações e histórias alegres.

4 a 6 anos
Esta é a fase do mundo imaginário, sua criatividade está se desenvolvendo. Os brinquedo nesta fase devem auxiliar a criança a entrar no mundo da fantasia, por exemplo: dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, casas de boneca com móveis, telefone, cidadezinhas, circos, fazendas com animais, materiais de papelaria, postos de gasolina, meios de transporte (caminhões, automóveis e pistas, motos, aviões, trens elétricos, barcos e tratores), instrumentos musicais e eletrônicos, jogos. Nesta idade, a criança começa a sentir o que chamamos de medos infantis, como o medo do escuro, as bruxas, o bicho papão e outras coisas feias que impedem que a criança durma, desta forma recomendamos uma boneca ou um ursinho de pelúcia, que tem a função de ajudar as crianças a superarem esta fase.

acima de 6 anos
Jogos de tabuleiro, bolinhas de gude, pipas, carros de corrida, trens elétricos, argila para modelar, pincel, brinquedos de mágica, artigos esportivos, bicicletas, patins, skate, jogos eletrônicos, de memória, videogames, patinetes, futebol de botão, laptops, brinquedos colecionáveis, chaveiros, brinquedos eletrônicos, jogos de cartas, kits, pistas de carrinhos, quebra- cabeças.

Ensinar a Brincar - Autismo

A brincadeira é a linguagem das crianças. Pela brincadeira se pode aprender a interação social, trabalhar a atenção, seqüências, habilidades, solucionar problemas, explorar sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade.
Com a falta de interação social, comunicação e problemas no comportamento muitos autistas vão necessitar de ajuda para estabelecer uma relação com outras crianças e muitos não sabem brincar, o que precisa ser ensinado.
Para começar escolha algo que funcione com o autista, o que chamaria a sua atenção (dinossauros, tubarão, fadas, jogos, bola).

» Deixe a criança iniciar a brincadeira, fazer uma escolha.
  
» Se a criança recusar a sua presença na brincadeira comece apenas observando-a brincar, depois introduza comentários ("nossa, este carro é bem veloz!"). Não se preocupe se a criança ignorar seus comentários, continue a introduzi-los aos poucos.
  
» Ajude a criança a engajar-se na comunicação recíproca na brincadeira. Exemplo: a criança está brincando com um carrinho. Você pode pegar outro carro e dizer: "este carro amarelo corre melhor que o azul. Vou mostrar! Cadê o azul? Ah! aqui está". (Pegue o carro marrom e deixe a criança corrigir você). Cometa outros erros e comece uma corrida de carros com isso.
  
» Quando a criança estiver confortável em brincadeiras recíprocas, aumente a interação. Exemplo: Ela só quer brincar de carrinho, pegue um brinquedo de animal e peça carona, depois reclame que o cachorro está com fome proteste e insista, com o tempo a criança vai parar e brincar de alimentar o cachorro. Aumente a brincadeira e encontre alguns amigos para o lanche, como o elefante, leão, e outros, alargando o horizonte e os interesses da criança.

» Se for muito sobrecarregado para a criança este passo, volte um pouco para traz.

» Evite questionamentos e direcionamentos. Muita estrutura e perguntas nesta hora podem inibir tanto aa iniciativa da criança como o processo dela solucionar problemas.

» Quando a criança estiver se sentindo confortável com a brincadeira recíproca, você poderá direcionar a brincadeira para conceitos e seqüências que deseja trabalhar. Exemplo: Ela só brinca de carrinho e sempre os coloca na mesma ordem. Introduzindo o cachorro e novos problemas, a criança começará a dar atenção a outros brinquedos.

» Brinque e interaja. Pretenda ser um dos brinquedos e explore isso. Exemplo: Ao invés de dizer "venha e me ajude a construir um forte", seja um personagem que está pedindo ajuda. Converse com os brinquedos.
  
» Quando a criança estiver acostumada com este tipo de brincadeira tente mudar sua estrutura. Exemplo: Se ele só quer brincar com o carro azul, peça para deixar que você brinque uma vez com o carro azul.
  
» Se a atenção da criança for mínima, não puxe a brincadeira por muito tempo. O importante é ela aprender como é gostoso brincar com outras pessoas.
Não se preocupe se está fazendo certo ou errado. Se divirta com o processo. O único erro é não brincar ou não tentar interagir com a criança.   

FONTE: Autism Asperger´s Digest Magazine.  (july-august 2003). pp 12a 14 e pp. 20 a 24.

Habilidades Manuais

Crianças até 4 anos que ainda não desenvolveram aspectos mais avançados da MANIPULAÇÃO, não estão muitas vezes prontas para atividades com LÁPIS ou TESOURA. Para os nossos alunos não vamos considerar a idade de 4 anos, mas sim as necessidades individuais. Sendo assim, é recomendado um programa mais global, visando estimular o desenvolvimento da manipulação e da motricidade fina da mão, envolvendo os seguintes aspectos:

  1. Desenvolvimento dos arcos palmares: desenvolver uma superfície mais côncava na palma da mão.Sugestão de atividades:
- rasgar jornal e embolar
- jogo de dados
- spray de passar roupa
- massinha(fazer bola rolando a massinha entre as palmas da mão)
- encher a mão de areia ou feijão e colocar em vários potes
- espremer água da esponja
- apertar bolinha





2. Desenvolver extensão de punho para dar suporte á movimentação fina dos dedos. Sugestões de atividades:
- jogos de bater palma
- uso de superfícies verticais-quadro negro para escrever com giz ou pincel atômico



3) Desenvolver os dois lados da mão: mobilidade dos dedos. Sugestões de atividades:
- uso de pinças
- abrir pregadores de roupa
- fazer bolinhas com ponta dos dedos
- escrever com palito sobre a massinha
- fantoches de dedos
- pegar moedas e botões





4) Desenvolver a musculatura da mão. Sugestões de atividades:
- massinha ou argila
- fazer bolinhas de papel crepom



A Importância das Brincadeira Sensoriais

Através dos nossos sistemas sensoriais percebemos o nosso corpo e todo o ambiente à nossa volta. Aprendemos a usar a visão, a audição, o paladar, o tato, o olfato, as sensações proprioceptivas (dão informações sobre o que os músculos estão fazendo, e como eles devem se movimentar) e vestibulares ( dão informações sobre o equilíbrio, postura, controle do estado de alerta, atenção e regulação emocional) para realizarmos nossas tarefas e atividades de vida diária.

As experiências e vivências sensoriais são “alimento” para o cérebro, que tem a função de “organizar as sensações do próprio corpo e do mundo, de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente” (AYRES, 1972).

Por serem de fundamental importância, as experiências e vivências sensoriais devem fazer parte da rotina infantil e podem acontecer nos mais diversos ambientes: casa, escola, parques, clubes, etc.

Aí vão alguns exemplos de brincadeiras sensoriais :

Táteis: brincar com areia, água, terra, grama, argila, massinha,, brinquedos de consistências e texturas diferentes.

Visuais: brinquedos coloridos e com contrastes (ex: preto, branco; amarelo / preto).

Auditivos: brincar com instrumentos musicais, ouvir músicas de diferentes estilos, cantar.

Olfativos / gustativos: cheirar, provar e preparar alimentos com consistências e sabores variados ( líquido, pastoso ,sólido e doce, salgado, amargo ).

Proprioceptivos: brincadeiras que envolvem o uso de força ( puxar, carregar, amassar, lavar, esfregar ) . Ex de brincadeiras: cabo de guerra, carrinho de mão.

Vestibulares: brinquedos e atividades relacionadas com movimento: rodar, balançar, pular, correr. Os brinquedos de parque são uma boa oportunidade para vivenciar estes estímulos.

Estas e tantas outras brincadeiras sensoriais são base para os pensamentos e atos mais complexos que emergem através do brincar cotidiano, tornando-se fundamentais para o desenvolvimento infantil.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Preensão do lápis

Antes de chegar a uma preensão adequada para o lápis, a criança deve passar por uma série de experiências sensoriais e motoras que vão possibilitar o desenvolvimento de movimentos funcionais com os membros superiores.

Essas experiências começam na gestação, quando o feto leva a mão à boca e tem seu prosseguimento em outras atividades após o nascimento. Nesse processo é importante o estímulo sensorial dos objetos, o toque, a brincadeira com as duas mãos, a imitação e a colocação da criança em situações que favoreçam o uso de determinada preensão. As brincadeiras de montar/desmontar, encaixar,empilhar, empurrar,puxar,carregar, rasgar, enrolar, atividades de vida diária (alimentação- usar os talheres,segurar a mamadeira ou copo;vestuário- tirar a meia,sapato,blusa e calça e depois vestir,manusear fechos como botões,ziper,etc;higiene- lavar as partes do corpo,escovar os dentes) são alguns exemplos de atividades que auxiliam no desenvolvimento funcional da preensão.





O uso de adaptações nas atividades gráficas tem como função favorecer o desempenho da criança. Alguns exemplos: uso de lápis, giz de cera e caneta hidrocor grossa nos trabalhos iniciais e no caso da criança ter maior dificuldade motora (a caneta tem efeito rápido para a criança se motivar para rabiscar e descobrir a função do traço); uso de lápis tipo de marceneiro ou triangular ou comum com adaptador de borracha (ou qualquer material que engrosse o lápis)que estimule o tripé; uso de lápis 6B no caso de traços muito leves.

O Brincar como Atividade Terapêutica


Brincar é o principal instrumento de trabalho da terapia ocupacional infantil. É preciso então entender como ele funciona para que possamos entender melhor seu potencial terapêutico assim como as indicações que ele oferece sobre o desenvolvimento infantil.Definir brincar é um pouco como definir amor: todo o mundo sabe o que é mas não consegue definir. É uma área estudada dentro de diversas disciplinas, tal a sua importância.

Existem alguns critérios que definem quais as características que devem estar presentes para que uma atividade seja definida como brincar:

- Auto escolhido
- Motivação intrínsica
- Habilidade para suspender a realidade
- Alto gráu de liberdade associado a ele.
- Envolve mais atenção ao processo que ao produto
- Não existe um modo certo de brincar
- Importa menos o que você faz ao brincar que como o faz

Esses ítens foram desenvolvidos pela Dra. Anita Bundy (TO) (Play in Occupational Therapy for Children, pg. 52 a 65) que desenvolveu um teste para avaliar o brincar usando os três primeiros ítens da lista acima. Embora nem sempre se use um teste, é possível por exemplo avaliar um pouco da habilidade de planejamento motor da criança através do tipo de brincadeira que escolhe. Se tem dificuldade de ideação, tende a escolher brinquedos do tipo “figuras de ação ou bonequinhos”, Legos, jogos de computador. Isto é ainda mais evidente quando teem dificuldade na coordenação. Daí então tende a preferir brincadeiras sedentárias, evitar bolas, etc. Crianças com insegurança gravitacional já gostam de brincadeiras sedentárias, mas na ausência de dificuldade de coordenação, usam bastante a imaginação em suas brincadeiras. As crianças com defensividade sensorial são muito cuidadosas quanto às texturas dos brinquedos que escolhem e com a proximidade ou contacto físico necessário em cada brincadeira.

Além desse aspecto diagnóstico o brincar oferece um meio terapêutico muito rico, oferecendo oportunidades para que a criança desenvolva habilidades novas sem ter de se expor em situações que considere de risco. Atividades lúdicas servem de campo de treinamento para atividades diárias, escolares e atividades de coordenação em geral. Dificuldades em integração sensorial podem impedir o brincar, que é a maior fonte de aprendizagem da criança. Por outro lado, o desenvolvimento da habilidade de brincar com certeza leva a uma integração sensorial mais adequada.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tecnologia Assistiva

Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão.

Serviços

São aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.
Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Enfermagem, Medicina, Engenharia e Arquitetura.







Objetivos da Tecnologia Assistiva


Proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

O que é Terapia Ocupacional

                 Terapia ocupacional (TO) é a arte e ciência que visa ajudar as pessoas a fazerem as coisas que elas querem ou precisam fazer. TO tem como objetivo que as pessoas possam se engajar nas ocupações que são importantes para a sua vida, sejam elas da vida diária (relacionadas a alimentação, cuidados próprios, higiene), vida prática (transporte, manejo de dinheiro, etc) trabalho e lazer. O objetivo da TO é que as pessoas possam desempenhar suas ocupações e para atingir esse objetivo o meio usado também é a ocupação, ou atividades significativas no contexto em que vive a pessoa sendo tratada. A terapia ocupacional considera o indivíduo em todos os seus aspectos e dentro de seu contexto sócioeconômico e cultural.