Integração bilateral é a habilidade do dois lados do corpo de trabalharem de forma conjunta e harmoniosa para o desempenho de tarefas. Precisamos de boa integração bilateral para que possamos desempenhar tarefas como cortar, escrever, pular, copiar da lousa, etc. O ponto que mais chama a atenção na integração bilateral é a habilidade de um lado do corpo funcionar como dominante, enquanto o outro funciona como auxiliar. Essa habilidade está mais ou menos desenvolvida por volta dos 4 anos de idade, quando a dominância lateral já se encontra estabelecida mas continua a ser refinada pelo resto da vida. Inclui muito mais que a simples habilidade das mãos trabalharem em conjunto; inclui a binocularidade, ou habilidade dos olhos trabalharem em conjunto, dos pés poderem trabalhar isolada ou conjuntamente para os diversos tipos de pulos e atividades físicas.
Estudos recentes mostram que dificuldade em sequenciamento vem frequentemente associada à dificuldade em integração bilateral. Isto quer dizer que a criança tem dificuldade em desempenhar atividades que dependem de uma sequência tais como, contar, dizer o alfabeto, pular amarelinha, executar pulos simétricos. Muitas vezes, como bebê, essa criança não engatinhou; tem má consciência corporal, frequentemente tem dificuldade no uso de “ferramentas” tais como tesoura, utensílios, lápis; tem dificuldade em se organizar para executar as tarefas.
- Existe uma sequência lógica no desenvolvimento de integração bilateral e sequenciamento (BIS). Inicialmente a criança desenvolve a habilidade de usar as duas mãos em conjunto para fazer a mesma coisa; como exemplo, usa as duas mãos para pegar uma bola, pula com os dois pés juntos. Eventualmente, progride até o ponto em que uma mão age como principal e outra como estabilizadora.
Atividades para Integração Bimanual:
• Pegar a bola com as duas mãos juntas, jogar basquete usando um cesto ou balde como alvo: mudar o alvo de lugar várias vezes. Usar bolas grandes e de preferência pesadas para “forçar” a criança a usar as duas mãos para atirar. Inicie com um alvo fácil para que a criança não desanime.
• Fazer desenho com as duas mãos ao mesmo tempo, na calçada ou folha grande. Por ex., desenhar uma borboleta, você desenha o corpo e a criança faz as asas usando as duas mãos.
• Desenhar estradas e caminhos no chão ou na areia e seguir com carrinhos.
• Seguir uma “corrida de obstáculos”. Inventar uma história e vivenciar. Ex: terá de pular um rio, escalar uma montanha, passar por um túnel, etc, como uma circuito psicomotor.
• Tente contar uma estória curta e ver se a criança é capaz de lembrar dos detalhes na ordem certa. Use mímica para ajudá-la a lembrar os detalhes se estiver tendo dificuldade.
• Faça a “dança dos índios”. Terá de pular com os dois pés juntos, bater o rítmo com palmas ou em um tambor, pandeiro, etc. A criança precisa de muitas tarefas que envolvam imitação e é mais fácil começar com as que precisam de imitação no uso de seu próprio corpo e gradualmente progredir para tarefas em que imita linhas, desenhos, etc.
• Faça brincadeiras que exijam sequenciamento. Tente incluir passos que precisam ser sequenciados, tais como pular 3 vezes, bater palmas 2 vezes, se abaixar e levantar 3 vezes, etc.
• Corridas de saco são boas atividades para usar o pular com os dois pés ao mesmo tempo.
• O parquinho oferece boa oportunidade para atividades bilaterais e sequencias. Observe primeiro quais os brinquedos que a criança escolhe espontaneamente. Depois, examine as características das que não escolhe nunca e veja como pode dividir em passos simples para ajudar a conseguir.
• Pular em cima de colchonete.