sábado, 31 de março de 2012

Amarrar cadarço

Aos 6 anos a criança já desenvolveu habilidade motora fina e coordenação. Deixar o laço malfeito não significa nenhum problema de coordenação. Algumas crianças apresentam bastante dificuldade em aprender a amarrar os sapatos. Esta atividade de vida diária exige boa habilidade bimanual, percepção visual, noção espacial e sequênciação.

Dicas para ensinar amarrar o sapato
- Treinar o manuseio com os cadarços (alinhavo)
- Treinar com sapato fora do pé
- Uso de cadarços de cores diferentes
- Ensinar através de desenhos
- Treinar, treinar, treinar.
Tentativas e erros estão no processo aprendizagem.

Autonomia

Dar autonomia ao filho também faz parte da educação.Pais protegem os filhos por instinto.
Quando têm em casa uma criança especial, o risco de exagerar na dose é ainda maior. Por desconhecimento da deficiência ou por medo de rejeição, acabam impedindo o filho de realizar diversas atividades que ele seria perfeitamente capaz de executar sozinho.

Com a melhor das intenções – deixar a criança em segurança –, os pais acabam caindo em uma armadilha. O cuidado exacerbado atrasa e outras vezes até talha a possibilidade do desenvolvimento físico e emocional da criança. Ela pode até criar uma independência desnecessária, porque não vive a vida real.

Ter deficiência não significa ser incapaz. Cada um tem suas potencialidades. Cabe aos responsáveis reconhecê-las e trabalhá-las.

O melhor caminho para evitar a superproteção que isola a criança especial é a informação: saber das necessidades da criança e ajudar a superá-las, acreditando na sua capacidade.

Ser autônomo significa saber cuidar de si. Ou seja, capaz de se virar sozinho com suas potencialidades.

O importante é ter este objetivo desde que a criança é pequena, e ir preparando-a, dando-lhe os instrumentos para que se torne independente.

E o primeiro passo é acreditar que a autonomia é possível e necessária, principalmente para a auto-estima de seu filho. Não se esqueça! Educar é também dar condição de AUTONOMIA.

Fonte: Revista Crescer

sexta-feira, 30 de março de 2012

Quando uma criança precisa de Terapia Ocupacional?



Se a criança está tendo dificuldade com o funcionamento do dia-a-dia em casa e/ou na escola (Alimentação, Higiene, Vestuário, Brincar), a criança deve ser avaliada por um Terapeuta Ocupacional. O tratamento é concebido para apoiar a criança e a família quando encontram dificuldades em qualquer uma das seguintes áreas: Motricidade, Lateralidade, Brincar, Comportamento, Sensorial, Aprendizagem e Atividades de Vida Diária.


HABILIDADES  MOTORAS E LATERALIDADE:
- Dificuldade de graduação da força na escrita;
- Letra ilégivel e lentidão na escrita;
- Dificuldade com manuseio da tesoura;
- Dificuldade em manipular as ferramentas na alimentação, como faca, garfo, colher;
- Dificuldade de definição da mão dominante destro ou canhoto (lateralidade indefinida) 2-3 anos;
- Dificuldades com cores, desenho, traçado;
- Dificuldade para amarrar os sapatos, fazer botões (abotoar e desabotoar), abrir/fechar ziper, desembrulhar uma bala, abrir um pacote de biscoito, enroscar e desenroscar, utilizar utensílios domésticos;
- Falta de coordenação motora, desastrada;
- Confunde os movimentos de esquerda e direita;
- Baixo tônus muscular, falta de equilíbrio;
- Pobre habilidade com bola, medo de pés saindo do chão;
- Dificuldade de coordenação de ambos os lados e cruzamento da linha média;

ATRASOS NO DESENVOLVIMENTO:
- Dificuldade preensão do lápis;
- Dificuldade nas etapas de desenvolvimento de sentar, engatinhar e andar;
- Dificuldade na motricidade grossa, fina e lateralidade em um nível adequado para idade;
- Dificuldade alcançar, preensão, soltar, transeferir objetos de uma mão para outra;
- Habilidades bimanuais (uso de ambas as mãos) para manipular explorar objetos de vários tamanhos;

PROBLEMAS DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL:
- Reação excessiva para som, toque ou movimento;
- Resposta inadequada a certas sensações, como alta tolerância à dor, não percebe cortes / machucados 
- Está em constante movimento, saltando, batendo;
- Facilmente distraídos por estímulos visuais ou auditivos;
- Emocionalmente reativa;
- Dificuldades de lidar com a mudança;
- Incapacidade de auto-regulação;

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM:
- Incapaz de se concentrar e focar na escola;
- Facilmente distraídos - dificuldade em seguir instruções e completar o trabalho;
- Fadiga com o trabalho escolar;
- Controle pobre do impulso;
- Hiperatividade ou de baixa energia;
- Dificuldade para aprender novo material;

DESORDENS DO ESPECTRO AUTISTA E SÍNDROME DE ASPERGER:
- Dificuldades de interação social e envolvimento com a família;
- Dificuldades com o processamento sensorial;
- Dificuldades com a mudança para novos ambientes;
- Excessivamente centradas (fixações objetos por exemplo, carros, trens e dinossauros);
- Não lidar com o ambiente escolar;

DESORDENS DE PROCESSAMENTO VISUAL:
- Dificuldade viso-motora e viso-espacial;
- Espaçamento e tamanhos inadequado de letras;
- Contato visual pobre;
- Dificuldades com o acompanhamento e cruzamento da linha média;
- Dificuldade de encontrar objetos entre outros objetos;
- Dificuldades de cópia de quadro;

BRINCAR:
- Dificuldade com brinquedos de encaixar, empilhar, montar e desmontar;
- Precisa de orientação de adultos para iniciar o jogo;
- Dificuldade de imitação;
- Não explora os brinquedos de forma adequada (brincar sem sentido);
- Participa de jogos repetitivos por horas, por exemplo alinhando brinquedos;
- Dificuldade de interação com os colegas / irmãos nas brincadeiras;

Em qualquer das situações acima, a criança deve ser encaminhada aos cuidados de um Terapeuta Ocupacional!

Adaptação de Texto elaborado por: Johanna Melo Franco - Terapeuta Ocupacional.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Esquema Corporal e Imagem Corporal

O desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas e com o mundo ao seu redor.
O esquema corporal ou a noção de corpo se constitui no elemento básico indispensável à formação da criança , é a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu corpo
1. Esquema corporal – é o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços, objetos e pessoas que o circundam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este saber acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, acontecem modificações e ajustes no esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.
O esquema corporal é uma aquisição que desenvolve-se desde antes do nascimento, se incrementa em forma notável desde este até o terceiro ano de vida e, logo, continua em permanente evolução adaptativa pelo resto da existência do individuo. `

2. Imagem corporal – é a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser desejado e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular e pelas inscrições materna e paterna. Um exemplo de como se dá sua construção é o estágio do espelho que começa aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no espelho, sabendo que o que vê é sua imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes do esquema, portanto, sem imagem, não há esquema corporal.
A imagem corporal do bebê amadurece aos poucos na medida em que ele experimenta o toque, a exploração do espaço, a manipulação e contato com objetos. A idéia de separação de seu corpo de outros corpos e objetos se dá gradativamente.